Redondo, V-1892, Pitta Simoes (Fl. Lusit. Exs. 910b, sub Campanula Loeflingii Brot) s.n. (COI); Redondo, VI-1893, Pitta Simoes (sub Campanula lusitanica L. var. occidentalis Lge.) s.n. (COI);
Rivulus dictus “Sapatoa”, inter Redondo et Montoito, 10-VI-1962, A.Fernandes, R.Fernandes & J.Matos 8674 (COI);
ad margines fluminis “Chanca”, VI-1913, R.Palhinha & F.Mendes s.n. )LISU);
ad margines fluminis “Chanca”, pr. Vila Verde de Ficalho, 11-VI-1962, A.Fernandes, R.Fernandes & J.Matos 8716 (COI)1).
A Ex.ma Sr.a Dr.a D. Elena Paunero, Conservadora do herbario do Instituto Botanico Antionio Jose Cavanilles de Madrid, agradecemos o emprestimo dos exemplares de Campanula decumbens DC. Apresentamos tambem os nossos agradecimentos ao Prof.C.Baehin, Director do Coservatoire et Jardin Botaniques de Geneve, pela amabilidade com que se prontificou a emprestar-nos o material que lhe solicitamos.2)
Na seccao Rapunculus Neilr., a que a planta pertence, existe uma especie espanhola, Campanula decumbens DC., tambem anual e que possui calices e capsulas subesfericos. Pensamos que, por esse facto, a planta portuguesa poderia ser incluida nesta especie. O estudo de numerosos exemplares de Campanula decumbens entre os quais os do local classico (Aranjuez), veio, porem, mostrar que a especie espanhola e diferente da portuguesa de que nos ocupamos. O habito, a forma das folhas, o indumento, o tamanho das flores e a forma dos segmentos do calice sao completamente distintos dos das plantas portuguesas. Concluimos, portanto, estar em face de uma especie nova para a ciencia, visto diferir do todas as conhecidas na seccao Rapunculus. Apresentamos a seguir a descricao latina da nova especie:3).
Radix annua, albida, tenuis, plusminusve ramosa et fibrosa. Caulis laete viridis a basi ramosissimus, ramis et ramulis gracilimis, numerosis, intrincatis, decumbentibus vel adscendentibus, angulato-subalatis, sicut caule glabris sed ad angulos retroso-scabridis, lacticiferis 4).
Estudo comparativo entre Campanula lusitanica L. ex Loefl. e Campanula patula L. Entre a bibliografia consultada para a identificacao de Campanula transtagana, deparou-se-nos uma nota de Cuatrecasas (Estudios sobre la flora y la vegetacion del Macizo de Magina, in Trab. Mus. Cienc. Nat. Barcelona, 12: 441, 1929), na qual se considera Campanula decumbens DC. como uma variedade [var. decumbens (DC) Cuatr.] de Campanula patula L. Esse mesmo autor, seguindo a opiniao de Pau (in Mem. Mus. Cienc. Nat. Barcelona, Ser. Bot. 1: 55, 1922), inclui tambem Campanula lusitanica L. ex Loefl., como variedade, em Campanula patula L. Do estudo a que procedemos, confrontando a microficha do especime de Campanula patula do herbario de Lineu e numerosos exemplares dessa especie existentes no herbario geral de Coimbra, com Campanula lusitanica por um lado e com Campanula decumbens por outro, concluimos que Campanula patula, embora semelhante aqueles dois taxa, se distingue de ambos por ser vivaz ou bienal e nao anual; pelo porte muito mais elevado e pela maior robustez; pela forma e disposicao diferentes das flores e pelas maiores dimensoes destas; etc. As diferencas entre Campanula lusitanica e Campanula patula, alias ja postas em relevo por Brotero (Phytogr. Lusit. 1: 42, 1816), ao descrever a planta portuguesa, a por Boissier (Voy. Midi Espagne, 2: 401, 1839-41), sao, em nosso entender, bastante vincadas para impedir que se pretenda considerar a primaeira como simples variedade da segunda.Damos no Quandro I os caracteres principais que permitem distinguir as duas especies.
Quanto a Campanula decumbens, o habito, a forma de capsula e o indumento bastam para a separarem de Campanula patula. Essas diferencas sao tao acentuadas que nem achamos necessario mencionar os caracteres daquela especie no Quandro I 5).
Folia tenue membranacea, pallide viridia, basalia rotundata 1-1,5×0,9cm, in petiolum usque 1,5cm longum contracta, mediana late elliptica vel elliptica, 1-2,2×0,4-1cm, obtusa, in petiolum plusminusve brevem attenuata usque subsessilia, superiora lanceolata et sessilia, ima bracteiformia fere linearia, acuta, omnia obsolete crenulata vel crenulato-dentata, margine subrevoluta, praecipue ad marginem et nervos scabrida 6).
Fl. et fruct. Jun. Flores numerosi, erecti, in paniculam laxam dispositi, retrorso-scabridi. Tubus calycis glaber vel sparse minuteque papillosus, hemisphaericus vix 1mm altus, lobis patulis 3-5mm longis, subulatis, integris vel denticulatis, sinibis subretusis inter se conjugatis. Tubus corollae 6mm altus et 5-6mm diam., extus ad basin albidus, superne coeruleo-lilacineus nervis violaceis percursus, intus idem sed saepe ad faucem maculus 5-obscure-violaceis lobis corollae alternantibus instructus. Lobi corollae patuli in florem expansum, oblongi, obtusi, apiculati, 7×0,25-0,5mm, coeruleo-lilacinei. Stylus et stigmata 4-6mm 7).
Capsula subhemisphaerica, basi rotundata, apice leviter contracta, 2-3mm longa, membranacea, nervis paullo prominentibus, corolla marcescenti et lobis calycis erectis coronata; pori dehiscentiae in ca. 1/3 superiori capsulae siti. Semina minuta, ellipsoidea, subcompressa, nitida. Icon. nostr.: Tab.I, figs. E-H 8).
Spain, Portugal
Habitat in Lusitania, regione Transtagana, ad marginem sinistram fluminis Tagis pr. pagum dictum Vila Velha de Rodao, ubi super declives solo argilloso et sicco inter sepes copiosa, 21-VI-1959, A. Fernandes, J. Matos & A. Sarmento 6923 (COI, holotypus).
Specimina alia: Redondo, V-1892, Pitta Simoes (Fl.Lusit. Exs. 910 b, sub Campanula Loeflingii Brot.)s.n.(COI); Redondo, VI-1893, Pitta Simoes (sub Campanula lusitanica L. var. occidentalis Lge.)s.n.(COI); Rivulus dictus “Sapatoa”, inter Redondo et Montoito, 10-VI-1962, A.Fernandes, R.Fernandes & J.Matos 8674(COI); ad margines fluminis “Chanca”, VI-1913, R.Palhinha & F.Mendes s.n.(LISU); ad margines fluminis “Chanca”, pr. Vila Verde de Ficalho, 11-VI-1962, A.Fernandes, R.Fernandes & J.Matos 8716(COI).9).